12 de janeiro de 2011

Entenda a causa dos alagamentos em SP

Para aumentar a vazão do Rio Tietê, resolveram rebaixar a calha em 2,5 m. O projeto previa um vazão de 1.000 metros cúbicos por segundo.
Quando a obra já estava na metade, descobriram que haviam errado nos cálculos e que a vazão necessária seria para 1.400 m3/s.
Para contornar o problema, resolveram construir 91 piscinões, mas até hoje, só foram construídos 18.


Terminado o rebaixamento da calha do rio em 2005, ficaram de 2006 a 2008 sem fazer nenhuma retirada dos sedimentos. Hoje se estima que o rio já esteja com 4 metros de sedimentos no fundo.
A Prefeitura tem um contrato de retirada de sedimentos para 400 mil metros cúbicos por ano.
Especialistas calculam que o rio receba em torno de 1.000 m3/ano de sedimentos, portanto tem um déficit anual de cerca de 600 mil m3/ano.

Outro problema grave é que a água do rio é maioria esgoto, já que a SABESP só consegue tratar cerca de 20% do que consegue coletar, o resto vai para os córregos e rios..
A maior parte da água que fica nos piscinões esta misturada com esgoto, tornando-se um caso de saúde pública, porque se torna um foco de doenças de todo tipo.
A péssima qualidade da água, impede o funcionamento da Usina Hidrelétrica Henry Borden, situada em Cubatão, cujas turbinas seriam movimentadas pela água da Represa Billings, abastecida com as águas do Rio Pinheiros.


A Justiça proibiu a operação da Usina porque contaminaria a Represa com as águas poluidas do Rio Pinheiros e acabaria chegando as praias da Baixada Santista, ela que serve de área de lazer e como ponto de captação de água potável para abastecer a cidade.
Com a operação da Usina, aliviaria a vazão do Rio Pinheiros para o Rio Tietê.
Parece que a solução para as enchentes nunca foi uma prioridade tanto para a Prefeitura, como para o governo do estado.

Veja reportagem do jornal O Estado de São Paulo, em novembro de 2006.
Prefeito José Serra, sub prefeito Gilberto Kassab, Governador do estado Cláudio Lembo que substituiu o Geraldo Alckmim a partir de Março de 2006, sendo substituído pelo José Serra a partir de janeiro de 2007.

Pela matéria, se pode observar como a construção dos piscinões deixaram de ser prioridade.
Nada de culpar a população por jogar lixo nas ruas, agrava o problema, mas não é a principal causa. Nada de ficar todo ano dando as mesmas desculpas esfarrapadas, chuvas além do previsto, bomba que quebrou, etc, o problema real é o descaso do poder público por anos a fio.
Lembro que toda pessoa que paga a conta de água, esta pagando na mesma proporção pelo tratamento do esgoto.

Pesquise e verá que a minha pergunta não é um chute, esta baseada na realidade.

Uma correção de informação.
O projeto original dos piscinões previa a construção de 134, estão faltando 91.
Democracia Sempre

Ontem (11/01/2011), alagou novamente a passagem do Vale do Anhangabaú. As bombas que fazem a drenagem não puderam operar por falta de energia elétrica e seus motores foram cobertos pela água, ficando danificados.

Manda prender o projetista que colocou as bombas abaixo do nível que a água poderia chegar, caso faltasse energia.
Isso é incompetência pura.